O excesso de flúor fez com que 45 crianças de uma escola em Pilar do Sul fossem afetadas por uma doença irreversível, que destrói o esmalte dos dentes.
Cerca de 45 alunos da Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental Masajiro Ogawa, do bairro Pinhal, zona rural de Pilar do Sul, na região de Sorocaba, estão perdendo os dentes. A água que abastecia a escola apresentava teor de flúor até 8 vezes acima do normal, afetando as crianças com uma doença irreversível chamada fluorose, que destrói o esmalte dos dentes, deixando-os escuros e quebradiços. O excesso de flúor na água também atingiu, com menos gravidade, outros 85 alunos da escola e centenas de moradores dos bairros Jardim Cananéia, Barra e Chácaras Reunidas, que eram abastecidos com a mesma água.
Os bairros surgiram de loteamentos rurais, há 12 anos. Os loteadores perfuraram poços artesianos e os transferiram para a prefeitura, mas a composição da água não foi analisada. Há três anos, a Sabesp assumiu o serviço e continuou distribuindo a mesma água à população.
"As mães viam os dentes das crianças escurecendo e achavam que era falta de escovar", conta a professora Miriam César Rodrigues, diretora da escola. Ao assumir a direção do estabelecimento, em 2001, ela se assustou com o grande número de alunos com os dentes escuros e decidiu investigar o caso. "Era a água. O pior é que os dentistas que atendiam os alunos, a prefeitura e a Sabesp sabiam disso, mas ninguém fez nada."
Análises mostraram que o excesso de flúor era natural - quando o mineral não existe na água, é adicionado durante o tratamento. "Em excesso, ele traz malefícios como a redução das defesas imunológicas, a alteração do metabolismo das proteínas, provoca doenças reumáticas e afeta o coração, ossos e o cérebro", conta o médico Arturantonio Chagas Monteiro, que examinou as crianças da escola e prepara um livro sobre o caso. Ele constatou que, além da fluorose dentária, muitos alunos se queixam de dores nas pernas e braços, cãibras e insônia.
Em maio de 2001, a diretora Miriam reuniu os pais e decidiu questionar os técnicos da Sabesp. "Eles possuíam análises que já mostravam o excesso de flúor na água." O coordenador de saúde da prefeitura, Tomio Iwata, declarou, na ocasião, que o problema era conhecido havia 10 anos, mas que não havia o que fazer. Em junho de 2002, Miriam entrou com uma representação no Ministério Público Estadual.
O promotor Carlos Henrique Prestes notificou a Sabesp. A empresa alegou ser inviável a retirada do flúor da água e se comprometeu a perfurar outro poço.
Isso foi feito apenas no fim do ano passado. Em março, a diretora pediu os resultados da análise do novo poço, mas não teve resposta. "Há o risco de ter muito flúor também nessa água."
O MP exige que as crianças sejam tratadas. A Sabesp adiantou que não vai assumir os custos - diz que a responsabilidade é da prefeitura. O prefeito Zaar Dias de Góes (PFL) afirmou que estuda o caso.
Cerca de 45 alunos da Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental Masajiro Ogawa, do bairro Pinhal, zona rural de Pilar do Sul, na região de Sorocaba, estão perdendo os dentes. A água que abastecia a escola apresentava teor de flúor até 8 vezes acima do normal, afetando as crianças com uma doença irreversível chamada fluorose, que destrói o esmalte dos dentes, deixando-os escuros e quebradiços. O excesso de flúor na água também atingiu, com menos gravidade, outros 85 alunos da escola e centenas de moradores dos bairros Jardim Cananéia, Barra e Chácaras Reunidas, que eram abastecidos com a mesma água.
Os bairros surgiram de loteamentos rurais, há 12 anos. Os loteadores perfuraram poços artesianos e os transferiram para a prefeitura, mas a composição da água não foi analisada. Há três anos, a Sabesp assumiu o serviço e continuou distribuindo a mesma água à população.
"As mães viam os dentes das crianças escurecendo e achavam que era falta de escovar", conta a professora Miriam César Rodrigues, diretora da escola. Ao assumir a direção do estabelecimento, em 2001, ela se assustou com o grande número de alunos com os dentes escuros e decidiu investigar o caso. "Era a água. O pior é que os dentistas que atendiam os alunos, a prefeitura e a Sabesp sabiam disso, mas ninguém fez nada."
Análises mostraram que o excesso de flúor era natural - quando o mineral não existe na água, é adicionado durante o tratamento. "Em excesso, ele traz malefícios como a redução das defesas imunológicas, a alteração do metabolismo das proteínas, provoca doenças reumáticas e afeta o coração, ossos e o cérebro", conta o médico Arturantonio Chagas Monteiro, que examinou as crianças da escola e prepara um livro sobre o caso. Ele constatou que, além da fluorose dentária, muitos alunos se queixam de dores nas pernas e braços, cãibras e insônia.
Em maio de 2001, a diretora Miriam reuniu os pais e decidiu questionar os técnicos da Sabesp. "Eles possuíam análises que já mostravam o excesso de flúor na água." O coordenador de saúde da prefeitura, Tomio Iwata, declarou, na ocasião, que o problema era conhecido havia 10 anos, mas que não havia o que fazer. Em junho de 2002, Miriam entrou com uma representação no Ministério Público Estadual.
O promotor Carlos Henrique Prestes notificou a Sabesp. A empresa alegou ser inviável a retirada do flúor da água e se comprometeu a perfurar outro poço.
Isso foi feito apenas no fim do ano passado. Em março, a diretora pediu os resultados da análise do novo poço, mas não teve resposta. "Há o risco de ter muito flúor também nessa água."
O MP exige que as crianças sejam tratadas. A Sabesp adiantou que não vai assumir os custos - diz que a responsabilidade é da prefeitura. O prefeito Zaar Dias de Góes (PFL) afirmou que estuda o caso.
Retirado do site ABINAM
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