Você sabia que o brasileiro é o povo que mais ingere agrotóxicos e pesticidas em todo o mundo? Isto equivale a mais de 5 quilos por cidadão por ano. Isto é o que revela o filme "O Veneno Está na Mesa", produzido por Sílvio Tendler. Realizado com o apoio da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, o filme recupera as origens da revolução verde para apresentar a lógica insustentável do modelo agrícola que deu ao país esse título difícil de ostentar. Aqui o destaque vai para grandes multinacionais da química, que viram na agricultura o mercado perfeito para substituir o uso bélico do agente laranja, napalm e outros.
A atualidade urgente do tema é retratada a partir de um recorte de reportagens exibidas recentemente em emissoras nacionais e regionais de TV e de rádio. Do Rio Grande do Sul ao Ceará, passando pelo Mato Grosso e Espírito Santo, o que se vê é que o discurso das safras recordes ou da sustentação da balança comercial não mais dá conta de esconder seu lado nefasto. Os principais especialistas em saúde ambiental e toxicologia trazem casos e dados dos prejuízos causados por um modelo de agricultura que não cresce sem agrotóxicos, e que hoje, em claros sinais de saturação, usa mais agrotóxicos do que cresce. Contudo, está no ar uma nova investida de marketing que diz que é esse “o Brasil que cresce forte e saudável”.
Mas a agricultura orgânica não daria conta de alimentar a população, dizem. Se a agricultura orgânica for entendida como aquela em que se tira a química e pronto, isto é fato, conforme resume Ana Maria Primavesi, referência mundial em manejo ecológico dos solos. Porém, se o solo for vivo e alimentado para sustentar grande diversidade de organismos, este produzirá plantas saudáveis, em quantidade, ao mesmo tempo que dispensará os agrotóxicos. A conclusão de Primavesi, que também é produtora, é confirmada na prática pelo depoimento do agricultor do interior paulista que tira 15 toneladas de alimentos por ano de cada um dos 20 hectares que cultiva sem venenos e adubos químicos. Do Rio Grande do Sul vem o exemplo do produtor familiar que recriou sua própria semente de milho crioulo após ter perdido as variedades tradicionais que cultivava, substituídas pelas híbridas.
Esse caminho cada vez mais confirma sua viabilidade. Faltam agora as políticas certas que farão crescer a agricultura que vai tirar o veneno da mesa.
Veja o filme na íntegra abaixo:
Abaixo você pode assistir uma reportagem da Telesur Notícias sobre o filme:
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Já assisti uma boa parte deste filme e recomendo muitíssimo. O estado em que se encontra a desinformação a respeito da agricultura e indústria de alimentos no Brasil é pior do que jamais eu teria imaginado. O descaso pela saúde da população é repugnante, onde os interesses comerciais das multinacionais, que usam o seu fortíssimo lobby para evitarem ser reguladas, é mais importante do que os efeitos nocivos destes elementos químicos na saúde dos habitantes de nosso país. Gostei muito do Adonai, o agricultor do interior gaúcho que luta para preservar a agricultura sem transgênicos. O filme diz "Tudo que lhe apresentam como verdade, Adonai questiona". Esta qualidade de Adonai, que resume a atitude anti-nom, é o que mais precisamos nos dias de hoje, onde as pessoas engolem qualquer informação que seja passada por alguém em posição de autoridade.
Fontes:
Tele Sur: Brasil é o primeiro consumidor de agrotóxicos do mundo
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